ANGOLA ACOLHE FORUM INTERNACIONAL DA MULHER
Em termos políticos Angola atinge 40% de Mulheres em lugares cimeiros
Angola atingiu a igualdade de género em mais de 40 por cento de mulheres na vida política e na liderança. A afirmação foi feita pela Vice-Presidente da República, Esperança Costa, quando discursava esta quinta feira (25 de Maio), na cerimônia de abertura do Primeiro Fórum Internacional da Mulher para a Paz e Democracia.
Até 2027, o executivo prevê a inserção de pelo menos 30 por cento de mulheres no campo da investigação científica, sem esquecer a sua inclusão financeira. Esperança Costa defendeu a necessidade de se removerem as barreiras estruturais e de base que dificultam o acesso das mulheres à ciência, tecnologia, engenharia e à matemática.
Para a Vice-Presidente, os actuais desafios da humanidade exigem um olhar mais atento à formação e a especialização da mulher, pelo que “urge reforçar a sua capacitação, particularmente na alfabetização, no acesso equitativo à educação de qualidade, no ensino técnico profissional, em alinhamento com o quarto objectivo do desenvolvimento sustentável”.
Na sua intervenção, ressaltou ainda que o país tem promovido a igualdade de direito e de oportunidades, bem como a implementação do Plano de Acção para a Implementação da resolução 1325 das Nações Unidas sobre as Mulheres, Paz e Segurança.
Segundo Esperança Costa, em todas as esferas, a mulher assume cada vez mais uma nova postura, um novo paradigma, independentemente da geografia e do campo de actuação, numa altura em que o seu papel multifacetado deixou de se limitar à administração do lar, da educação e cuidado dos filhos.
A Vice-Presidente enalteceu o papel da mulher, apontando as suas conquistas no desempenho de outros papéis que passam, também, pela liderança de iniciativas na educação, pesquisa, tecnologia, inovação e no desenvolvimento socioeconómico.
“Este é um retrato da nova mulher que se lança às oportunidades que revolucionam o empoderamento, a maternidade, a família e o voluntariado nesta sociedade em plena transformação”, disse.
A importância da preservação das tradições, da cultura, identidade e valores do país também foi defendida pela Vice-Presidente da República, para quem é importante assegurar que a socialização das meninas não seja feita com base na descriminação que impede o acesso à cidadania em condições de igualdade.
Esperança Costa espera que o Fórum Internacional da Mulher para a Paz e Democracia se transforme no verdadeiro mecanismo de política internacional, onde, de forma conjugada, e tendo como suporte a paz e a democracia, possa permitir juntar esforços para construção de pontes entre povos e nações e criar espaços de convivência, compreensão e de entendimento entre todos.
“É minha convicção que com perseverança, espírito de solidariedade, de bem fazer e com enorme manancial de sabedoria que caracterizam as mulheres, podemos alcançar esse nível de satisfação das nossas necessidades e avançarmos para uma etapa em que África, berço da humanidade, nos possa proporcionar uma vida em paz e se torne atractiva, inclusiva e resiliente em benefício do desenvolvimento económico, científico e social de cada nação que nela se integra”, concluiu.
O Fórum Internacional da Mulher para a Paz e Democracia, que decorreu sob lema “A Inovação como ferramenta para o alcance da segurança alimentar e combate à seca no Continente Africano”, insere-se no âmbito da Bienal de Luanda 2023 – Fórum Pan-Africano para a Cultura da Paz e Não Violência, uma iniciativa conjunta entre o Governo de Angola, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) e a União Africana (UA).
Para esta primeira edição, o encontro juntou mulheres líderes de organizações Regionais Africanas, chefes de Governo e membros dos PALOPS, CPLP e OEACP, organizações internacionais e nacionais, bem como representantes de empresas públicas e privadas do país.
O evento consistiu em quatro painéis sobre “Inovação Tecnológica e Educação para o Alcance da Igualdade do Género”, “A Formalização como Mecanismo de Inclusão Social e Financeira”, “Desafios da Segurança Alimentar e Alterações Climáticas no Continente Africano” e “O Papel da Mulher na Consolidação da Paz e Prevenção de Conflitos”