A primavera árabe, protestos no Burkina Faso e Quénia e lições para Angola

Os inteligentes aprendem com os erros dos outros e os insensatos aprendem com seus proprios erros

Primavera árabe e revoltas populares na África

 

 

A queda do presidente da Tunísia Ben Alli por força da juventude

A Primavera Árabe é o processo histórico em Africa desencadeada na Africa do Norte com predominância e influência muçulmana, cultura e língua árabe nomeadamente no Magreb e Sahel. A Tunísia inaugurou as revoltas populares a partir de Dezembro de 2010, em que um jovem, como protesto da péssima Governação do Presidente Bem Ali, da Tunísia, o Jovem Mohamed Bouazizi ateou fogo contra o seu próprio corpo, imolou-se em forma do mais radical protesto contra o regime. Essa ação mobilizou a juventude da Tunísia e comoveu os países vizinhos e os protestos desencadearam-se nas principais cidades da Tunísia sobretudo na Capital Túnis. No fim de 2010, manifestantes saíram às ruas em massa pedindo a renúncia do presidente Zine al-Abidine Ben Ali, em protesto contra a situação econômica, a repressão política e a corrupção. Ben Ali deixou o cargo em 2011 e se tornou o primeiro líder a cair sob a onda de protestos conhecida como a Primavera Árabe, que abalou países no Oriente Médio e Norte da África.

A queda do presidente do Egipto Hosni Mubarack por força da juventude

Em janeiro de 2011, enquanto Ben Ali renunciava ao poder na Tunísia, ativistas por democracia no Egito começaram a convocar protestos por reformas no país – como na Tunísia, aproveitando o potencial da comunicação via internet e redes sociais.

Ruas e praças, especialmente na capital, Cairo, foram rapidamente tomadas pela população pedindo melhoras econômicas e reformas políticas. A praça Tahrir (em português, “Libertação”), no Cairo, tornou-se o centro do movimento por democracia.

Centenas de pessoas foram mortas em confrontos envolvendo manifestantes, forças de segurança e simpatizantes do regime. Cercada por tanques do Exército, a praça Tahrir tornou-se uma pequena cidade-protesto, com acampamento, comércio, coleta de lixo e um mural homenageando os mortos.

Apesar da violência mais acentuada, o roteiro final acabou sendo quase uma cópia daquele vivido pela Tunísia: o governo Mubarak inicialmente reagiu com violência, mas menos de um mês depois, perdeu o controle da situação.

Em 12 de fevereiro, após 29 anos com plenos poderes sobre o Egito, Hosni Mubarak renunciou ao cargo.

 

A queda do presidente da Líbia Muamar Kadhaffi por força da juventude

 

Para outros países, a Primavera Árabe teve consequências ainda mais significativas – e graves. A Líbia, governada desde 1969 com mão-de-ferro pelo coronel Muammar Khadafi, possui as maiores reservas de petróleo e gás da África.

O país já era caracterizado por diferenças históricas entre o leste, onde estão as principais reservas de petróleo, e sua parte oeste, onde fica a capital, Trípoli.

Em fevereiro de 2011, o impacto das revoluções na Tunísia e no Egito levou a protestos de rua, iniciados em Benghazi, segunda maior cidade do país, localizada no leste. A resposta do regime de Khadafi veio na forma de uma repressão violenta. E os protestos ficaram transformados em uma espécie de guerra civil, a ONU aprovou uma resolução de proteger os civis e permitiu que a NATO/OTAN destruísse parte do poder militar da Líbia para proteger civis e os ataques dos EUA, do Reino Unido e da França facilitaram a rebeldia popular e em outubro de 2011, Kadhafi e um grupo de soldados tentaram escapar, mas foram logo capturados.

Detido, Khadafi foi espancado e em seguida morto a tiros. Imagens do ex-ditador ainda vivo, coberto de sangue e pedindo clemência, e de seu corpo já sem vida foram divulgadas na internet.

 

Queda do presidente Blaiser Campaoré, do Burkina Faso ex-alto volta.

 

             

 

O presidente Campaoré esteve à frente dos destinos do País 17 longos anos. Em 2014, entendeu alterar a Constituição para se manter no Poder. A juventude não aceitou que tal absurdo acontecesse. Protestos da juventude foram desencadeadas em todas as partes mas com maior intensidade na capital, Ouagadougou.

Dia 31 de Outubro de 2014, O chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas do Burkina Faso, general Honoré Nabéré Traoré, suspendeu a Constituição do país e dissolveu o Governo e a Assembleia Nacional. O presidente Blaise Campaoré renunciou após 24 (1987-2014) anos no poder e fugiu em seguida para Arábia Saudita.

Numa declaração, o general apresenta às vítimas mortais dos confrontos que se seguiram as suas “sentidas condolências” e deseja aos feridos um pronto-restabelecimento, em alusão às cerca de 60 pessoas mortas e uma centena de outras feridas durante manifestações populares.

Segundo a declaração da chefia militar, a Presidência do Burkina Faso passou a ser  assumida pelo general reformado Kwamé Lougué e o Governo pelo líder da oposição Zéphirin Diabré durante um período não superior a 12 meses no termo do qual seriam organizadas, em simultâneo, eleições presidenciais e legislativas “livres, transparentes e democráticas”.

 

Protestos no Quénia em 2024 e o que Angola está a espera

 

Geração z ou seja os jovens nascidos entre 1995 à 2010 saíram as ruas para protestar contra o presidente William Ruto no Quénia

 

Ainda Ruto não caiu. Os protestos mortais continuam, para que o Governo prestasse contas sobre o destino dos impostos que querem implementar face a uma economia que não beneficia claramente a todos. Muitas infraestruturas publicas foram incendiadas pelos manifestantes. Os confrontos entre polícia, forças armadas e jovens continuam a ferro e fogo. O Presidente Ruto demitiu todo o seu gabinete, recuou nas políticas dos impostos mas os manifestantes pedem que William Ruto abandone o Poder e que vá embora.

 

Conclusão

O presidente Angolano, João Manuel Gonçalves Lourenço, com sua postura arrogante, desinteligente, com desemprego a ocupar mais de 75% da juventude, a inflação galopante, a pobreza que se aprofunda à medida que o Presidente se torna um hóspede em todos os hotéis do mundo viajando, quase mensalmente para o exterior do País. A degradação política no seu partido, com sua imagem abominável em todo o país e no exterior de Angola, então João Lourenço reúne todas as condições de transformar Angola em um barril de pólvora a qualquer altura, e conta unicamente com a polícia e as forças armadas como fez Muamar Kadhaffi e no fim o povo ganhou ou então poderá se retirar para Arábia Saudita como fez Blaiser Campaoré e Ben Ali e assim pode desfrutar de um asilo no exterior do País até o fim de uma curta vida, tendo em conta o avançado de idade.

Quanto a nós, pensamos que os presidentes inteligentes aprendem com os erros dos outros e já os néscios e insensatos esperam sua própria queda, para que aprendam mesmo com seus próprios erros.

 

 

Por: Ângelo Kapwatcha

Presidente do FORDU e defensor dos direitos humanos

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