ONG’s exigem demissão de ministro angolano devido à crescente onda de violência policial

Numa carta enviada a José Eduardo dos Santos, 18 organizações não governamentais exigem a demissão de Ângelo de Barros Veiga Tavares pela crescente onda de violência policial. As agressões por parte das autoridades angolanas ficaram claramente retratadas no vídeo gravado por elementos policiais, no qual é registado o espancamento coletivo de um grupo de detidos na cadeia central de Luanda.

 

Segundo avança o site Maka Angola, o Grupo de Trabalho de Monitorização dos Direitos Humanos em Angola (GTMDH), constituído por 18 ONG’s[i], sublinha, no documento, que a violência policial é uma prática institucionalizada e o modus operandi dos agentes da Polícia Nacional, dando como exemplo o espancamento coletivo de um grupo de detidos na cadeia central de Luanda, a 19 de março de 2012, que foi registado em vídeo.

 

O grupo denuncia ainda a violência policial contra “cidadãos manifestantes pacíficos, mulheres e jovens zungueiras, antigos combatentes e veteranos da Pátria”.

 

Na carta é feito um apelo ao presidente da República para que este proceda à “destituição dos responsáveis do Ministério do Interior” e tome “medidas punitivas e urgentes contra todos os responsáveis directos e indirectos da onda de violência e criminalidade policial”.

 

O Maka Angola faz referência a “um outro episódio de violência policial contra reclusos” na Cadeia de Viana, a 15 de setembro de 2012, também difundido através das redes sociais através de um vídeo, e que levou à suspensão, segundo o ministério do Interior, do director da cadeia, Correia Moço, e dos chefes de segurança penal e da ordem interna, assim como oficiais e agentes prisionais.

 

No que respeita ao episódio de violência de 19 de março de 2012, o ministério afirmou que foi aberto um inquérito para responsabilizar os “presumíveis autores”.


[i] O GTMDH é constituído pelas seguintes organizações: ACC – Associação Construindo Comunidades; Associação Angola 2000; Acção Angolana para Mulher; AJPD – Associação Justiça, Paz e Democracia; AJUDECA – Associação Juvenil para Desenvolvimento Comunitário de Angola; FORDU – Fórum Regional para o Desenvolvimento Universitário; LARDEF – A Liga de Apoio à Integração dos Deficientes; MBAKITA – Missão de Beneficiência Agro-pecuária do Kubango, Inclusão, Tecnologia e Ambiente; ML – Associação Mãos Livres; MWENHO – Associação de Mulheres Vivendo com o VIH/SIDA; NCC – Centro Nacional de Aconselhamento; OMUNGA – Associação OMUNGA; OSISA-Angola – Open Society Initiative for Southern Africa; PMA – Plataforma Mulheres em Acção; REDE POBREZA-Luanda; RNP Angola – Rede Nacional de Pessoas Vivendo com o VIH; SCARJOV – Associação de Reintegração de Jovens e Crianças a Vida Social; SOS HABITAT – Acção Solidária.

 

 

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Fonte: Esquerda.net

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